segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

VIDAS NEGRAS IMPORTAM, SIM!!!

Já ouviram a música nova do autor do hino Mandamentos Black, conhecido por muitos como o James Brown brasileiro, me refiro ao cantor e compositor Gerson King Combo que faleceu recentemente aos seus 76 anos e antes de se despedir, com a participação de seu irmão Getúlio Cortes que também é compositor, nos deixou gravada a música "Tira Esse Joelho Dai" talvez essa seja a última canção que tenha composto, nessa obra coloca em pauta o caso do George Floyd que morreu asfixiado por um policial branco nos Estados Unidos desencadeando o movimento Black Lives Matter, quem diria que no Brasil em pleno 20 de novembro dia da consciência negra iria acontecer algo parecido e até mais violento por aqui, me refiro ao caso João Alberto Silveira Freitas que não teve nem um terço da percussão do caso americano, parece até que o Carrefour já foi perdoado, observando dessa forma pode parecer que não, mas sim eu não tenho dúvidas de que Vidas Negras Importam, porém como já disse Mano Brown quem gosta de nós somos nós mesmo, então para que ações afirmativas se mantenham em pauta não esperem pelas mídias que em sua maioria são brancas e elitistas, não seja ingênuo, é nós por nós pelos meios alternativos. 

Por: Mano Chel

Abaixo escute a nova música de Gerson King Combo intitulada “Tira Esse Joelho Dai”


domingo, 27 de setembro de 2020

Os Blacks Do Brasil Estão De Luto, Salve O Rei Em Memória Gerson King Combo (1943*2020)

Os Blacks do Brasil estão de luto, em uma noite de terça feira mais precisamente dia 23 de setembro de 2020 faleceu nosso rei, estou falando de Gérson Rodrigues Côrtes mais conhecido como Gerson King Combo, cantor e compositor pioneiro da música negra no Brasil um dos primeiros a introduzir o Soul Music por aqui, e o rap também, porém naquela época esse gênero era chamado apenas de tagarela ou balanço, autor de musicas clássicas nesses gêneros como "Mandamentos Black", "Black Brother Soul" e "Melo do Mão Branca" de agora em diante os bailes blacks nunca mais serão os mesmos, porém através de sua obra Gerson deixa registrado a seguinte mensagem aos black de todas gerações incentivando nunca perderemos nossa alegria, autoestima, respeito, amor e nunca jamais perder o swing e o ritmo.

Dançar como dança um black!

Amar como ama um black!

Andar como anda um black!

Usar sempre o cumprimento black!

Falar como fala um black!

Eu te amo, brother!

Sendo assim continuarei seguindo a lei de Gerson não do jogador de futebol e sim do grande King Combo, mandamentos blacks, baby! Salve o rei.

Se um dia fui rei, se reinei não sei

Só sei que é pura verdade

Quem nasceu pra rei, nunca pra ninguém

Perde a majestade.

Em fim nosso rei se despede, mas nos deixa sua obra e legado que vivera eternamente no coração de cada black.

Por: Mano Chel

Abaixo alguns vídeos de apresentações musicais de Gerson King Combo e o programa “O Som do Vinil” do canal brasil em homenagem ao seu disco homônimo de 1977.





segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Semana Cultural Agitada Em Guaianases: Arena Do Flow, Sexta Independente e Cine Campinho.


Essa semana vai ter eventos culturais imperdíveis no bairro de Guaianases e distrito do Lajeado, na zona leste de São Paulo e o melhor de tudo é que todos são gratuitos se você mora próximo a essa região aqui vai dicas culturais pra essa semana.
Dia 16 de agosto nessa quarta feira será realizado o evento “Arena do Flow” conhecida intervenção cultural urbana de hip hop da zona leste terá batalha de mc´s, pocket shows com Beto Bongo e Chanogelocrew, show com Primeiramente, discotecagem Dj Erick Jay e mestre de cerimonia Prodígio. Local do evento Rua Hipólito de Camargo, S/N, (em baixo do viaduto de Guaianases) a partir das 18 horas.
Dia 18 de agosto nessa sexta feira será realizado o evento de musica autoral “Sexta Independente” que esta em sua 7° edição sendo a primeira de 2017 as atrações presentes serão as bandas  Alameda dos Anjos e Matilha Sonora, e os rappers Dom da Rima, Franquelin e Mano Chel apresentando musicas ao vivo dos mais variados gêneros mesclando mpb, rock, reggae, soul e hip hop. Local do evento CEU Lajeado Rua Manoel Mota Coutinho, 293 a partir das 19 horas.
Dia 19 de agosto nesse sábado será realizada a 5° sessão de 2017 do coletivo Cine Campinho que esta comemorando uma década de luta e o tema desse evento será “Agosto Indigenista” terá exibição de filmes, bate papo com Emerson Souza autor do livro “A Criação Do Mundo E Outras Belas Historias Indígenas”, contação de historia e brincadeiras indígenas com a educadora Graziela Oliveira, e apresentação cultural de canto e dança indígena com o grupo Kariri Xocó. Local do evento Rua Alessio Prates, S/N (no campinho) Jd Bandeirantes – Cep 08451-550 próximo a escola Dias Gomes a partir das 17 horas.
  

Por: Mano Chel

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Entrevista Exclusiva Com a Banda Alameda dos Anjos

(Mauricio Santos, Leo Policastro, Dani Policastro, Marcello Sorrany e Diego Oliveira)

A banda Alameda dos anjos surge no ano de 2014 em São Paulo com metade dos integrantes residentes da zona leste e outra metade da zona norte que até hoje atravessam a cidade para fazerem um som juntos, formada por Marcello Sorrany (voz , violão e guitarra), Mauricio Santos (Baixo), Dani Policastro (voz, teclado, violão e guitarra), Leo Policastro (Bateria) e Diego Oliveira (voz, violão e guitarra).
Em 2015 lançaram o álbum “Por Mais Simples Que Seja” que mescla pop rock com mpb trazendo nas letras conflitos da juventude em meio ao caos da vida urbana falando de relacionamentos, reflexões existencialistas e LGBTfobia, desde então seguem pela cidade em turnê com o projeto “Composição Viva” divulgando esse trabalho.
Em comemoração ao mês do rock a banda Alameda dos Anjos concedeu uma entrevista exclusiva para o blog KaFéiCultura realizada por Mano Chel que pode ser lida a seguir.

Esculte o album "Por Mais Simples Que Seja" completo enquanto leem a entrevista

KaFéiCultura - Para começar gostaria de saber a origem do nome da banda Alameda dos Anjos?

Mauricio: Foi meio aleatório. Eu e o Marcello estávamos jogando um monte de nomes e achamos esse legal. Nem lembro se pensamos em Power Ranges na hora (risos).

Dani: De qualquer forma todos nos identificamos com ele depois e a série fez parte da infância de todos nós, então pensamos, ah vamos manter esse mesmo.


KaFéiCultura - Como vocês conheceram a musica e como começou o envolvimento de cada integrante com ela?

Mauricio: Conheci a música através de meu avô. Lembro-me dele tocando teclado, violão, pandeiro... Apesar de não ter condições de comprar os instrumentos, ele se esforçava para conseguir. Quando eu via aquilo no quarto dele, era outro mundo, o mundo dele. Por volta dos 15 anos comecei a amadurecer a ideia de tocar um instrumento, pois tinha vontade desde quando ele faleceu.


Dani: Eu me lembro de que desde pequena já tinha vontade disso. Ainda não pensava profissionalmente, mas era curiosa e queria tocar. Aos 14 comecei a tocar teclado, aos 15, violão. Tentei montar minha primeira banda ainda na escola, depois com os amigos da rua. A primeira que deu certo eu entrei como vocalista no lugar do Leo que havia deixado o posto. Logo que um dos guitarristas saiu, assumi uma guitarra também. Ao assumir em 2014 que ela havia acabado, pensei em seguir solo, mas conheci o Marcello (risos).


KaFéiCultura - Como se conheceram e como surgiu a ideia de montar a banda?

Mauricio: Eu e o Marcello nos conhecemos no trampo. Eu já tinha tocado em umas bandas, mas estava desanimado. Começamos a trocar ideias sobre música, sobre tocar juntos, então ele me apresentou algumas composições dele e me empolguei de novo. Pensamos em montar uma banda, começamos a ensaiar na minha casa. Um dia a nossa caixa queimou e fomos dar um rolê ambos desanimados. Vimos um cartaz falando do Vocacional Música no CEU Jambeiro falando da possibilidade de formar uma banda. Começamos a frequentar, mas logo eu tive que sair para trabalhar, mas o Marcello continuou.


Dani: Eu conheci o Marcello num show, pouco tempo depois que entrei no Vocacional do Centro Cultural da Juventude, na Cachoeirinha. Após o show trocando ideia ele falou que tocava e que fazia vocacional, falei que fazia também e trocamos contato. Fomos trocando figurinhas pela internet e fui vê-lo numa apresentação na Praça Benedito Calixto, onde conheci o Diego também, que tinha outro projeto na época. Logo quisemos tocar juntos e fomos amadurecendo a ideia de juntar as coisas.



Marcello: Eu falei que conhecia um Baixista, ela disse que conhecia um batera. Então pensamos perfeito, é só se encontrar (risos).



Diego: Eu e o Marcello nos conhecemos uma semana antes dessa apresentação da Benedito, numa outra mostra do vocacional que aconteceu no Centro Cultural Penha. Eu tinha minha dupla, que se chamava “Diz” que terminou no final de 2014, e com ela nos apresentamos em algumas dessas mostras, onde também conheci além das músicas do Marcello, as músicas da Dani.

Leo: Bem, além de a Dani ser minha irmã, já tocávamos antes na “TaudiOrion”. Quando ela me convidou e falou que tinha conhecido um cara e que ele conhecia um baixista, pensei, pô legal, vamos lá. Após sair da “Choko” e com o fim da TaudiOrion tentei tocar em outras bandas mas não rolava. Na Alameda foi diferente a galera já pensa mais igual, apesar dos gostos diferentes para música, conseguimos nos entender e cada um dá a sua cara para as músicas. Isso me mantém animado.


Marcello: No final do ano fomos convidados pelo Selmer, nosso amigo que também conhecemos no vocacional e que estava trabalhando na Biblioteca, para um sarau que eles estavam organizando. Convidou a “Alameda” que já havia começado a tocar junta em outubro e o Diego. Como a “Diz” havia se desfeito, pensamos em tocar junto com o Diego. A banda toda estava com uma coisa em mente que eu já havia conversado com a Dani sobre...



Diego: Pois é, após a apresentação eles me vieram com a surpresa, perguntando se eu queria entrar para a banda. E aqui estamos até hoje.



KaFéiCultura - Qual a importância do Programa Vocacional que é responsável por estimular a criação em vários seguimentos artísticos para a cidade de São Paulo?

Mauricio: Acho que a maior importância do Vocacional é exatamente isso, estimular a criação e dar a oportunidade às pessoas das periferias de desenvolver e mostrar a sua arte.


Dani: Eu conheci o vocacional em 2008 através de uma amiga. Eu tinha vontade de fazer teatro e não tinha condições ou tempo para fazer, pois trabalhava e estudava. Ela me falou do programa e em 2009 eu resolvi fazer, lá mesmo no CCJ. Em 4 anos de teatro além de desenvolver a minha arte me desenvolvi muito como pessoa. Mudei muito a minha visão de mundo e da minha vida pessoal.



Marcello: Bem, no nosso caso, se não fosse o programa a banda não existiria. Como disse o Mauricio, é muito importante à forma como o programa dá voz aos artistas que não têm voz, como nos orienta e nos mostra um rumo.



Diego: Eu quando entrei no vocacional não sabia tocar nada. Não cantava. Todo o meu desenvolvimento e interesse na música se deu através do vocacional. Foi a minha escola, não apenas na teoria e pratica musical, mas como artista em si. Não existe outro programa que estimule tanto o artista em sua criação quanto o vocacional.

Alameda dos Anjos na Biblioteca Cassiano Ricardo (Tatuapé) no Programa Vocacional Musica


KaFéiCultura - Quais foram e quais são hoje as influencias musicais da banda?

Diego: Cada um na banda tem influências bem distintas e acho que é isso o que caracteriza o nosso som. Mas é claro que temos algumas em comum também (risos).
Entre as minhas estão: Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Engenheiros do Hawaii, Los Hermanos, Marisa Monte, Pato fu, Legião Urbana, Skank, The Smiths, Isabela Taviani, Biquíni Cavadão, Liniker... são tantas.

Marcello: As minhas principais são Charlie Brown Jr, Titãs, Catedral... Teve também a Harmada, que acabou se tornando também uma influência em comum de quase todos.


Mauricio: Minhas influências, além de algumas bandas já citadas por eles, são o Red Hot Chilli Peppers, Metallica, Selvagens a Procura de Lei, Aborto Elétrico, Capital Inicial... Além de várias bandas pós-punk.



Leo: Acho que minhas principais influências são Seether, Nickelback, Foo Fighters,


Dani: Muitas das minhas eles já citaram. Além delas, tem A Unidade Imaginária, Squadra, Carolina Lima, Mariana Davies, Ana Carolina, Ludov e Lenine.

KaFéiCultura - Comente como são construídas as composições de vocês?

Dani: A maioria de nossas composições é baseada em nossas vivências, sobre como nos sentimos naquele momento. É difícil, ao menos para mim, escrever algo que eu não esteja sentindo. O Marcello tem um pouco mais de facilidade com isso.


Diego: Mas já fizemos também algumas inspiradas por histórias que nos contaram. Um dos sons que tem rolado em nossas últimas apresentações, “Pequena”, eu fiz a partir de textos que o Mauricio me escreveu. Transformei em poesia e musiquei. Há também uma que fiz com a Dani na qual ainda estamos trabalhando que foi feita a pedido de uma garota que queria dá-la de presente para a menina que ela gostava. 



Marcello: Algumas músicas também surgem a partir de provocações propostas para nós, ou de estudos, quando criamos algo legal num instrumento e já vem uma letra na cabeça que fica legal em cima daquilo.


Leo: Como eu e o Mauricio não escrevemos ainda, geralmente pegamos as músicas na fase de montar os arranjos.

Mauricio: Sim. Depois da música escrita, eles trazem pra gente nos ensaios, começamos a improvisar em cima e com o tempo ela vai tomando forma, conforme surgem novas ideias. E isso continua acontecendo. Tem músicas que gravamos no disco que hoje tem outros arranjos que surgiram só depois. Acho que é algo natural.

Conforme o Prometido (Ao Vivo)

KaFéiCultura - Estamos no mês do rock por que entre tantos gêneros musicais a banda escolheu esse?

Dani: Na verdade não foi uma escolha. Quando nos juntamos a nossa ideia era apenas fazer música, independentemente do gênero.

Mauricio: A forma final delas acaba surgindo da mistura mesmo de nossas influências. Não criamos pensando que a música tem que ser um rock ou outro estilo, mas toma essa forma.


Diego: Definimos que somos uma banda de Pop-rock para facilitar na identificação na verdade. Para o som que fazemos, acreditamos que esse seja o rótulo mais abrangente e que nos dá também liberdade, inclusive, de fazer algo fora dele, sem estranhamento.


Marcello: Ou seja, não escolhemos o rock, ele nos escolheu (risos).

KaFéiCultura - Nas musicas de vocês sentimos uma mistura natural com a MPB, qual é a importância do rock nacional para musica brasileira na opinião da banda? 

Marcello: Pra mim, foi o engajamento nos anos 70-80, auge da ditadura... E nesse ponto, entre MPB e Rock Nacional, como o Lobão já dizia o Rock Nacional, sempre tende pra MPB, vide Cazuza, Renato Russo e até mesmo Raul Seixas...

Dani: E mesmo que sua temática tenha tomado outros rumos do final dos 80 em diante, o que surgiu naquela época naturalmente é uma grande influência para várias bandas até hoje.

Diego: E inclusive músicos de outros gêneros também. A música brasileira no geral foi influenciada pelo rock. Não só nos arranjos utilizados, mas também com a regravação de várias canções da época por artistas diversos. 

KaFéiCultura - O que acham do atual cenário do musica brasileira?


Marcello: Tem coisa muito boa rolando, Harmada, por exemplo, Selvagens a Procura de Lei, Vespas Mandarinas entre outros... O difícil é que muitas vezes precisamos garimpar e muito.


Dani: Eu na verdade não tenho acompanhado o que rola na mídia, mas percebo que para o rock não é o momento. Estamos passando por uma fase onde o que faz sucesso é música de balada. Não que seja boa ou ruim, curto música pop também, mas acho tudo muito igual. Faz um bom tempo que o que conheço de música nova é o que me indicam ou o que descubro na internet.


Diego: Tenho pesquisado o cenário independente de várias regiões e venho descobrindo muita música boa, deixo a dica para os leitores, pesquisem por sons novos há muita coisa boa fora das rádios.

KaFéiCultura - Sei que vocês são adeptos das redes sociais, gostaria de saber o que acham da internet como ferramenta para os músicos, o que melhorou e o que piorou após o brasileiro ter acesso a ela?

Marcello: Sobre essa... Era pra ser uma boa ferramenta, mas como nem tudo na vida é doce... A era das rádios e TV, pode ter passado e com isso eles ganharam menos jabá com o avanço das redes... Mas o capital sempre precisa girar, na internet, não é diferente... Quanto mais dígitos ($), mais visualizações no seu trabalho... Eu particularmente acho muito triste isso...



Dani: Temos a vantagem de ter uma ferramenta para o trabalho chegar ao público, porém é muito difícil despertar o interesse do público. É tudo aos poucos. Divulgamos para milhares de pessoas para ter uma dezena de interações e de vez em quando alguém que fortalece de verdade acompanhando o trabalho. 



Mauricio: Acho que isso acontece por que tem muita gente tentando se divulgar também e o público fica um pouco saturado. Temos que ser muito mais criativos na hora de mostrar o trabalho e achar uma forma de fazer isso que seja um diferencial é o nosso desafio.


Eu Ainda Quero Falar de Amor (Ao Vivo)


KaFéiCultura - O primeiro álbum de vocês lançado em 2015 se chama “Por Mais Simples Que Seja” expliquem por que escolheram esse nome?

Dani: Não me lembro de termos pensado em algum outro nome além desse. E isso resume toda a ideia do disco também. É o nosso primeiro disco, uma banda recém-formada sem grandes condições de gravar um disco. Tivemos a oportunidade de gravá-lo, mas tínhamos 2 meses para isso.

Marcello: Tínhamos todas aquelas músicas que foram o repertório de nossa primeira apresentação juntos com a banda completa. A grande maioria das músicas foi gravada exatamente com os primeiros arranjos que criamos para elas, aqueles que vieram naturalmente nos ensaios sem lapidarmos tanto para isso. Esse trecho da música “Eu ainda quero falar de amor” tem muito a ver não só com o disco, mas com o nosso processo em si.


Diego: Gostamos mesmo da simplicidade em nossas composições. Embora tenhamos que sempre nos desenvolver como músicos, a criação deve ser honesta, não forçamos para criar algo que não tenha a nossa cara.



Mauricio: Esse nome provavelmente nos acompanhará por toda a nossa história.

KaFéiCultura - Conte como foi o processo de produção do álbum “Por Mais Simples Que Seja”?

Marcello: Foi uma missão quase impossível. Tínhamos menos de oito meses para fazer os arranjos, preparar o as vozes, os instrumentos, para o que seria a nossa primeira experiência dentro de um estúdio de gravação, não foi fácil. Paralelamente estávamos com algumas apresentações. Olha, foi bem corrido!


Mauricio: Chamamos o músico Fernando Diniz para dirigir o trabalho quando estávamos prestes a entrar em estúdio. Ajudou a finalizar alguns arranjos e sugeriu algumas das poucas mudanças que fizemos nos arranjos originais, principalmente “Monstro no Armário” que, essa sim, tinha uma cara bem diferente da versão final.



Diego: Tivemos a ajuda do Paulo de Tarso, que também ajudou com alguns arranjos e da Eva Figueiredo com preparação das vozes, na afinação e na interpretação. Além disso, ela aceitou nosso convite para gravar o clarinete em “Monstro no Armário”. Mais uma das parcerias incríveis que fizemos pelo caminho.


Dani: A gravação em si, levou 2 meses. Tivemos a sorte de encontrar o K9 estúdio o único estúdio que confiamos dentro do nosso orçamento. O Tiago técnico de gravação e dono do estúdio fez milagre para esse disco ficar pronto no prazo que precisávamos. Foram meses que eu passava mais tempo no estúdio do que em casa (risos).


Leo: E foi bem corrido para nós também. Gravei a bateria das 12 músicas em 2 dias, o que foi bem estressante. O baixo foi quase todo gravado em um dia. Algumas músicas que deram um pouco mais de trabalho na edição eram gravadas aos poucos enquanto finalizávamos as primeiras. Mas todo esse cansaço valeu a pena.

Eu Não Sei Dizer (Ao Vivo)

KaFéiCultura - Sei que musica é como um filho é impossível escolher uma preferida, o que vou pedir será difícil, como a banda tem 3 compositores indiquem 3 musicas do álbum “Por Mais Simples Que Seja” pra quem não conhece esse trabalho passar a conhecer?

Marcello: ha, essa vamos pela resposta do público às nossas divulgações: Eu ainda quero falar de amor, Conforme o prometido  e Eu não sei dizer, são as que geralmente a galera mais gosta.

Mauricio: Mas se fosse por preferência nossa seria bem mais difícil, cada um tem as suas favoritas (risos).

KaFéiCultura - Qual é a mensagem que a banda pretende passar artisticamente com o registro do álbum “Por Mais Simples Que Seja”?

Diego: As músicas desse disco são voltadas para jovens e seus conflitos como, por exemplo: LGBTfobia, conflitos religiosos e amorosos, reflexões existencialistas e como crescer em meio ao caos da cidade grande. Acreditamos que há muita carência dos mesmos em ouvir músicas que tratam desses assuntos no mercado musical. E queremos levar a eles esses e tantos outros assuntos além da cultura e entretenimento que tanto necessitam.

KaFéiCultura - As letras da banda falam sobre conflitos da juventude em meio ao caos da vida urbana, como vocês vêm esse momento político que vive o Brasil hoje?

Diego: Apesar de muitas vezes me sentir desacreditado diante do que vivemos atualmente, a ideia de que o Brasil é um muito jovem e com uma república jovem às vezes me conforta. Prefiro acreditar que alguns problemas sejam por essa "inexperiência" e que pode-se aprender a governar para todos, apesar de saber que falta muita consciência e empatia dos nossos governantes em todas as áreas.

KaFéiCultura - A banda Alameda dos Anjos é assumidamente militante contra a LGBTfobia, os homossexuais absurdamente sofrem com o genocídio e preconceitos diários tratados com invisibilidades dentro da estrutura de nossa sociedade, que dica vocês podem dar aos nossos leitores para quebrarem esse tipo de preconceito e para essas denuncias e crimes ganharem o foco merecido?  

Marcello: A partir do momento em que o ser humano, começar a olhar para o próximo como um ser humano, toda e qualquer forma de violência será extinta, da minha parte, esse é o apelo, olhar para o próximo como igual, é clichê, mas não consigo pensar diferente...


Diego: Concordo com o Marcello.

Dani: Sim, é isso. A coisa de se colocar no lugar do outro. A mensagem que deixamos não é nem para quem sofre os preconceitos, mas para quem os pratica. Acho que o ponto principal é reconhecer o próprio preconceito e não achar que todos devem levar certas “brincadeiras” também, na esportiva. O que parece uma piada para um tem um peso enorme sobre o outro. Isso ocorre também entre LGBTs.

Desgrenhado (Ao Vivo)

KaFéiCultura - Qual a maior dificuldade, e qual maior vantagem (se é que tem alguma) em ser uma banda independente fazendo música autoral?


Marcello: bem, as dificuldades são mais fáceis de listar, rs. Conquistar o nosso próprio público, encontrar casas de show, produtoras e bares que não vão exigir, conta de ingressos vendidos para tocar...

Leandro: No nosso caso, como conseguimos nosso próprio equipamento graças ao Programa VAI, temos ainda a dificuldade de ter que carregar todo ele de forma inadequada e dependendo sempre de carona (embora façam isso de bom grado sempre) dos outros, pois não temos carro nem dirigimos.

Diego: Sem contar que por não termos público e transporte, em períodos sem o Programa VAI, ficamos parados pois ou não temos dinheiro para a condução para poder ensaiar, ou não temos tempo de nos encontrar, pois todo mundo precisa trabalhar e os horários não batem. Estamos nos planeando esse ano para conseguirmos nos manter caminhando assim que o não tiver mais a ajuda do programa.

Mauricio: Bem, por outro lado, de vantagem acho que é que aos poucos vamos crescendo com o nosso próprio trabalho. Mesmo que aos poucos, temos alguns seguidores fiéis que, mesmo não indo nos shows sempre, acompanham e dão força ao nosso trabalho.

Dani: Além das parcerias que fazemos pelo caminho. Conhecemos vários artistas e fazemos nossas trocas. Um ajuda o outro. A Mirrah Iañez, uma amiga nossa que é uma grande artista audiovisual, fez o nosso primeiro clipe na camaradagem e ainda filmou, Junto com o Mario Cassettari, o nosso show no Flávio Império pelo que tínhamos no bolso para pagar. Temos uma dívida eterna com eles por isso.

Monstro no Armário (Ao Vivo) 

KaFéiCultura - Tenho acompanhado um serie de vídeos que estão sendo divulgados em seu canal do Youtube de um show que fizeram no Teatro Flavio Império em 2016, percebemos que a banda se preocupa com a questão do áudio visual, vocês pretendem lançar também lançar videoclipe, documentário ou coisas assim futuramente? 

Diego: Sim, temos uma preocupação enorme com isso. Começamos o nosso canal com vídeos mais simples, de apresentações feitas de qualquer jeito e sabíamos que precisávamos melhorar essa parte de nosso trabalho também.

Dani: Estamos Com um clipe gravado, está em fase final de edição. Pretendemos fazer um show de lançamento para ele. Temos idéias para outros clipes de nosso disco ainda que logo começaremos a preparar também.

Mauricio: Temos também uma idéia de fazer um documentário. Temos nossos vídeos antigos, os desse show, alguns de bastidores das gravações e até alguns de ensaios. Vamos planejar melhor e fazer isso daqui um tempo.

KaFéiCultura - A banda mantem o projeto “Composição Viva” contemplado pelo programa Vai da prefeitura de São Paulo durante 3 anos consecutivos 2015, 2016 e 2017, fale mais desse projeto pra gente qual é o objetivo e como foi e esta sendo o processo para manter ele durante esses anos?

Dani: A ideia inicial do projeto foi realmente a gravação do disco. Foi o que nos levou a escrever. Queríamos gravar e víamos essa oportunidade. Conseguimos também boa parte de nosso equipamento no primeiro projeto. Além disso, fizemos 4 apresentações pelo projeto em casas de cultura e no CEU Jambeiro.


Leo: Já o segundo o foco era as apresentações. Fizemos várias apresentações pelas praças e ruas da cidade, ainda divulgando o disco. Inclusive a apresentação final, com a participação do Mano Chel, foi uma prévia do que planejamos para o terceiro.


Marcello: Exato. O nosso projeto esse ano envolve não apenas o nosso trabalho, mas o de outros artistas. Pretendemos realizar apresentações dessa galera que conhecemos nesses anos de vocacional e estrada e produzir materiais de vídeo, que serão postados em um novo canal no Youtube, de um projeto que temos desde 2014, para divulgar o trabalho de novos compositores com qualidade.


Mauricio: Se não fosse esse projeto nem sei como estaríamos hoje. Acredito que continuaríamos, mas teria sido muito mais difícil conseguir qualquer coisa. Com o projeto já passamos por muitas dificuldades, pois não tínhamos ajuda de custo nos 2 primeiros anos e precisamos sobreviver. Arrumamos empregos e cada um trabalha num horário, os encontros ficam difíceis e ficamos dependendo de nossos trabalhos para fazer tudo.


Diego: E esse é um dos motivos pelo qual esse ano nos queremos preparar para não depender do projeto no futuro. Estamos com vários planos de ação para crescermos profissionalmente com o nosso trabalho e já vamos começar a colocá-lo em ação junto com o projeto. Assim que acabar, não pretendemos ficar parados esperando como ocorreu nesses 2 anos.

KaFéiCultura - O programa Vai esse ano atrasou um mês para divulgar o resultado e seus contemplados e quando foi divulgado teve um corte na verba de 33% nada foi cortado em relação aos coletivos artísticos contemplados e sim no geral previsto pelo edital causando uma grande redução de projetos, oque a banda achou dessa medida?

Mauricio: Esses atos de redução com gastos na cultura vêm ocorrendo desde os anos anteriores também. O governo do estado cortou o investimento de várias oficinas que ocorriam pela cidade, e esse desmonte recente da cultura já estava sendo planejado. Desde o ano passado já estávamos avisados de que isso aconteceria.

Dani: Tínhamos a confiança de ter um bom projeto, mas a consciência de que seria difícil. Acho que esse ano só passamos porque o nosso projeto beneficia outros artistas também. Caso contrário estaríamos de fora.

Diego: Foi uma decisão justa com os grupos aprovados, porém, injusta com todos aqueles que confiaram que o programa pudesse aprovar mais projetos e tinham o seu projeto mais simples como foi o nosso primeiro, em ter um incentivo para seguir em frente.

Esperamos que daqui em diante, possamos fazer por eles, pelos músicos ao menos, alguma coisa para ajuda-los com o nosso projeto e após o final dele.

  
KaFéiCultura - A respeito do congelamento de 43,5% da verba que seria destinada a cultura pela prefeitura de São Paulo sendo que sem o congelamento seria destinado apenas 1% do orçamento geral da cidade que já seria bem baixo e ainda congelaram a metade disso, qual é a importância do investimento em cultura para nossa sociedade na opinião de vocês?   

Marcello: Recentemente, alguns atos do nosso recém prefeito têm gerado bastante repercussão, vou citar dois deles e parafrasear o Sabotage, o primeiro, foi quando ele começou a pintar os muros de cinza, São Paulo já tem sua cara cinza por natureza e a pouca cor que tinha na cidade, foi tomada por cinza chumbo, que foi o seu segundo ato, ao fazer o que fez com a Cracolândia, que já é um reflexo social da falta do que o Sabotage falava em sua música "Favela pede paz, lazer, cultura,
Inteligência, não muvuca!"

Diego: Parece clichê falar essas coisas, mas a arte muda o caminho das pessoas. A arte ajuda a pessoa a se desenvolver, a questionar as coisas ao mesmo tempo em que é entretenimento e trabalho. Os programas e equipamentos culturais e de educação que mais perdem com esses cortes são exatamente aqueles que tentam beneficiar os jovens das periferias. O Programa Vocacional, o Piá, o Vai e todos os Céus e centros culturais que estão abandonados em questão de cultura.

Alameda dos Anjos no terminal da Lapa

KaFéiCultura - Eu acompanho o trabalho da banda algum tempo e sei que no começo a maioria dos shows era em espaços culturais fechados e com o passar do tempo começaram a fazer também frequentemente apresentações na rua a céu aberto, qual a diferença de tocar em eventos fechados para um publico seletivo e tocar na rua em meio a transição do povo oque preferem e por que? 

Diego: Gosto dos dois ambientes. Para mim a diferença está nos tipos de adrenalina (risos), apesar de sempre dar um frio na barriga em qualquer apresentação, nos shows de rua não sabemos o que esperar e vemos as mais diversas reações, mas a maioria delas tem sido positiva.

Marcello: Acho interessante tocar na rua, pelo fato de pegar as pessoas de surpresa, é interessante ver a reação que uma única frase faz com os transeuntes, que até então, se encontravam introspectivos.

Dani: Também tenho minha paixão pelas duas coisas. Gosto do som se propagando nos espaços fechados a forma como ele reverbera no ambiente. Em espaço aberto acho que o som se perde um pouco. Também gosto de ver em espaços fechados que tem um público que está ali realmente por que quer ver a gente, que se mobilizou para isso.

Na rua o clima é outro, mas também é legal. É mais no improviso, pois como já disseram, não sabemos o que esperar e nem o público também. Ver a pessoa que acabou de conhecer o seu trabalho parando para prestigiar não tem preço.


KaFéiCultura - A banda esta trabalhando o álbum “Por Mais Simples Que Seja” desde 2015 vocês pretendem lançar um novo disco? Se sim tem previsão para lançamento?

Marcello: Sem dúvidas, sempre temos um bocado de ideia, acho que estamos sem uma previsão certa, mas conversamos bastante a respeito.

Diego: Já estamos acrescentando algumas músicas novas nos shows, não temos data para um próximo disco, mas ele virá.

Dani: temos planos de começar o próximo aos poucos. Gravamos o primeiro muito rápido, o segundo queremos fazer mais tranquilos.

KaFéiCultura - Quais são os projetos futuros para 2017?

Marcello: O projeto é trabalhar com novos artistas independentes e alguns projetos futuros, tem coisa nova saindo logo menos.

Diego: Sim, produziremos materiais audiovisuais de artistas independentes, além de algumas apresentações dos mesmos, através do projeto Composição Viva, também trabalharemos em músicas novas e em nossa própria agenda.

KaFéiCultura - Deixe seu contato e suas redes sociais para quem quiser acompanhar o trabalho da banda.

Marcello: Alameda dos Anjos, sempre está próximo aos Power Rangers, mas basicamente, pode nos encontrar em quase todas as plataformas estamos no FacebookTwitterYoutubeSpotify, além de várias outras plataformas de distribuição de música na rede, como Itunes, Deezer, CDBaby, Amazon, Google Play Music...

Dani: E também podem entrar em contato conosco pelo telefone (11) 94870-1835 e pelo e-mail: bandaalamedadosanjos@gmail.com.

KaFéiCultura - Nessa ultima deixaremos o espaço livre para falarem oque quiserem ou responderem alguma pergunta que não foi feita.

Mauricio: Acho que além de tudo que já foi dito, o que podemos dizer é para os artistas independentes buscarem sempre criar um movimento juntos, mesmo estamos correndo atrás disso. Temos que ajudar uns aos outros, pois não temos quem trabalhe por nós e sabemos como é duro trabalhar tanto sem apoio. Temos mesmo é que criar as nossas próprias oportunidades.

Diego: aproveitamos também para agradecer pelo convite para essa entrevista e parabenizar pelo trabalho de vocês pela arte independente.

Capa do Album "Por Mais Simples Que Seja"
  

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Evento - Sexta Independente (6°Edição Ultima do Ano)


Sexta Independente nasceu com o intuito de dar espaço para artistas independentes que tem um trabalho artístico de qualidade manifestar sua arte e do publico conhecer essas obras autorais alternativas e enxergar que cultura não é só oque é reproduzido nos grandes veículos de comunicação.
Nesse evento mensal que acontece uma vez por mês sempre em uma sexta-feira no teatro do CEU Lajeado com entrada franca já passaram por lá músicos de varias quebradas entre elas Guaianases, Jardim Robru, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Penha, Santana entre outros lugares, cantando gêneros musicais com rap, funk, rock, reggae e mpb sempre com um espirito hip hop fortalecendo e incentivando a produção de musica autoral e independente nas regiões do entorno.
Dia 18 de novembro será a 6°edição do evento sendo essa a ultima desse ano que contara com as intervenções do grupo de dança urbana Equipe Real Familia e com as apresentações musicais de Familia Justa Causa, Phavarotti, Rapzilla, Roms, Mano Chel, Franquelin e Guilherme Lobbo.


Por: Mano Chel


Local: CEU Lajeado
Rua Manuel da Mota Coutinho, 293
Dia 18 de Novembro de 2016
Das 19h as 22h
Entrada Franca
Contato: (11) 3397-6954

Maiores informações sobre o evento click aqui
Tenha total cobertura sobre a Sexta Independente curtindo sua pagina no facebook  clicando aqui

Conheça o trabalho dos artistas que iram participar do evento nos vídeos abaixo:

Familia Justa Causa / Videoclipe

Phavarotti / Videoclipe

Rapzilla / Single

Roms / Videoclipe

Mano Chel / Single

Franquelin / Single

Ainda participaram do evento:
                                                   
Guilherme Lobbo que mistura mpb, rock e soul em suas composições autorais e alternativas, também conhecido por ser um dos fundadores do evento Luau Na Roosevelt e movimento #ChegaJuntoSp.

E a Equipe Real Familia que mistura danças urbanas, capoeira e acrobacias que estarão fazendo intervenções durante o evento.

(Obs: Ambos artistas conheço o trabalha mas não achei nenhum vídeo no Youtube.)